Deglutição, Disfagia e Terapia da Fala ˗ Qual a relação?

Deglutição, Disfagia e Terapia da Fala – Qual a relação?

O que é a deglutição?

A deglutição é constituída por 3 fases principais:

  • Fase oral: inclui a introdução do alimento na boca, a mastigação e a preparação do bolo alimentar;
  • Fase faríngea: consiste no desencadeamento do reflexo de deglutição e no direcionamento dos alimentos para a faringe.
  • Fase esofágica: direcionamento do alimento para o esófago, o que exige a abertura e fecho dos esfíncteres esofágicos (este último para permitir a permanência do alimento no estômago).
O que é a disfagia?

A disfagia é um problema numa ou mais fases da deglutição, comum em doentes com patologia neurológica (ex: Acidentes Vasculares Cerebrais- AVC, doenças neuro degenerativas, Traumatismos Crânioencefálicos- TCE´s entre outros).

Abdulmassih, Filho, Santos e Jurkiewicz (2009) referem-na como a principal causa de complicações respiratórias e desnutrição, no doente após AVC.

Sintomas da disfagia
  • Tosse;
  • Alterações na voz depois da refeição;
  • Esforço para mastigar/ engolir;
  • Dor ao engolir;
  • Tempos de refeição excessivos (> 30 minutos);
  • Dificuldades em respirar após as refeições;
  • Picos de febre após as refeições;
  • Perda de peso;
Consequências da disfagia
  • Desidratação e/ou défices nutricionais;
  • Pneumonias de aspiração.
Em que é que o terapeuta da fala pode ajudar?

Avaliação:

  • Avaliação da musculatura orofacial, faríngea e laríngea, a fim de verificar se a mesma se encontra apta para o processo de deglutição;
  • Avaliação do momento da alimentação, de forma a determinar quais as consistências alimentares mais seguras e eficazes para o utente;

Intervenção:

  • Fortalecimento da musculatura orofacial, laríngea e faríngea;
  • Implementação de estratégias para prevenir os engasgos;
  • Modificações no modo de confeção dos alimentos e bebidas;
  •  Modificação de determinados aspetos que possam estar a influenciar negativamente o processo de alimentação (ex: postura corporal incorreta).
Autora:

Daniela Jesus, Terapeuta da Fala (C-060670177).

Revisão da Literatura

  • Abdulmassih, E., Filho, E., Santos, R. & Jurkiewicz, A. (2009). Evolution of patients with oropharyngeal dysphagia in hospital. 13 (1). s/pág.
  • www.asha.org/public/speech/swallowing/Swallowing-Disorders-in-Adults/
  • Macqueen, C., Taubert, S., Cotter, D., Stevens, S., & Frost, G. (2003). Which commercial thickening agent do patients prefer? Dysphagia, 18(1), 46–52. doi:10.1007/s00455-002-0084-1
  • Pessini, L. (2006). Bioética e cuidados paliativos: Alguns desafios do cotidiano aos grandes dilemas. In C. A. M. Pimenta, D. D. C. F. Mota, & D. A. L. M. Cruz (Eds.), Dor e cuidados paliativos: Enfermagem, medicina e psicologia (pp. 45–66). Barueri: Manole.