Terapia Ocupacional

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Publicado em:
27 Outubro, 2020

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Somos profissionais de saúde!

Permitimos que conquiste as suas ocupações perante uma lesão ou incapacidade. Devolvemos a sua capacidade de fazer, de se envolver nas suas tarefas do dia a dia, desde a cuidar de si próprio a voltar ao trabalho.

Abordagem da Terapia Ocupacional

O Terapeuta Ocupacional pode aplicar a sua abordagem em diversas áreas, como:

  • Pediatria: casos de Atraso Global do Desenvolvimento, Síndrome de Down, Paralisia Cerebral, Perturbações do Espectro Autista, Défices de Atenção, Hiperatividade, Epilepsia;
  • Reabilitação Física: quadros neurológicos (AVC, TCE…), musculoesqueléticos (Síndromes Compressivas do Membro Superior, Tenossinovites, Tendinopatias…) e ortopédicos (fraturas com enfoque principal no membro superior);
  • Gerontologia (Doença de Alzheimer, Demências, Parkinson…);
  • Saúde Mental (Esquizofrenia, Doença bipolar, Depressão…).
Algumas intervenções expectáveis em casos de:

Acidente Vascular Cerebral (AVC)

Em indivíduos com sequelas de AVC, a terapia ocupacional utiliza atividades significativas como meio de reabilitação: (1, 2)

  • Estimulam o aumento de força muscular, a mobilidade e o equilíbrio, as funções cognitivas, a normalização da sensibilidade, reestruturação de rotinas, treino de Atividades da Vida Diária e Atividades da Vida Diária Instrumentais (1). O objetivo é restaurar a funcionalidade e a autonomia para que possam retomar as suas ocupações;
  • Não menos importante, é o ensino de estratégias e o aconselhamento de produtos de apoio para que o paciente consiga realizar as suas atividades de forma independente. As estratégias podem incluir técnicas para o uso de apenas uma mão para cortar alimentos, usar o computador, vestir. Já os produtos de apoio poderão ser, a título de exemplo, calçadeiras com cabo engrossado, barras de apoio para o banho, tábua de preparação de alimentos, entre outras.

Dedo em Gatilho e outras Tenossinovites ao nível da Mão

Estas condições dificultam ou impedem o movimento normal dos dedos e/ou do polegar, refletindo-se em movimentos de preensão da mão, ficando limitada na realização de diversas tarefas do dia a dia; a dor aumenta essa limitação.(3,5,6) Exemplos de dificuldades no dia a dia: cortar alimentos, abotoar os botões da roupa, atividade laboral com movimentos manuais repetitivos, uso do telemóvel. O indivíduo torna-se menos produtivo, e consequentemente pode evoluir para um estado emocionalmente deprimido por não se sentir capaz e interferir diretamente com a autoestima.

A Terapia Ocupacional centrar-se-á nas ocupações significativas do individuo de forma a permitir-lhe o maior grau de funcionalidade possível:

  • massagem em pontos estratégicos para alívio da dor e edema; sugestão de ortóteses adequadas ao indivíduo;
  • adequar o posicionamento dos dedos;
  • consciencializar o indivíduo para os movimentos que devem ser evitados, que agravam a lesão, e modificá-los (ex. evitar movimentos repetitivos). (4)

Tendinopatias do Cotovelo e Punho (Epicondilite, Epitrocleíte, Tenossinovite de Quervain)

Estas condições inserem-se num conjunto de lesões consequentes de atividades que exigem movimentos repetitivos. Geralmente, apresentam sintomas como a dor, edema, limitação de movimento, sendo expectável que exista comprometimento na execução da maioria das ocupações (7, 8) (Atividades da Vida Diária (AVD’s) – vestir, tomar banho, cuidados pessoais, manuseio dos talheres na alimentação;  Atividades da Vida Diária Instrumentais (AVDI’s) – limpeza, carregar as compras do supermercado, conduzir, cozinhar; Laboral – trabalho que envolva muito o uso dos membros superiores em movimentos repetidos; Atividades de Lazer – pintura, escrita criativa, etc), uma vez que todas envolvem movimentos dos membros superiores, em especial do cotovelo e punho.

Assim, a intervenção do Terapeuta Ocupacional passa por avaliar as condições de trabalho do indivíduo e perceber o impacto das mesmas e como adaptar para melhorar o desempenho sem dor; treino de AVD’s e AVDI’s, treino de amplitudes de movimento; reforço muscular; aplicar princípios de proteção articular e de conservação de energia.(7) Podemos intervir também na PREVENÇÃO deste tipo de lesões, consciencializando as empresas e instituições do mundo laboral, de que estas lesões surgem de movimentos repetitivos, as chamadas Lesões Musculoesqueléticas Relacionadas com o Trabalho (LMERT) (9) e tentando adaptar os locais de trabalho bem como inserir momentos de mudanças de posturas e movimentos.

Estas condições de saúde devem ser acompanhadas por uma equipa multidisciplinar de reabilitação, de forma a minimizar as situações complexas, evitar a cirurgia e diminuir custos desnecessários com tratamentos prolongados. (7)

Autora
Diana Fernandes, Terapeuta Ocupacional (C-050198181).

Revisão da Literatura

1. Langhorne, P., Bernhardt, J., & Kwakkel, G. (2011). Stroke rehabilitation. The Lancet, 377(9778), 1693–1702. doi:10.1016/s0140-6736(11)60325-5
2. Legg LA, Drummond AE, Langhorne P. Occupational therapy for patients with problems in activities of daily living after stroke. Cochrane Database Syst Rev 2006; 4: CD003585.
3. Akhtar S, Bradley MJ, Quinton DN, Burke FD. Management and referral for trigger finger/thumb. BMJ. 2005;331(7507):30–33
4. Bionka M.A. Huisstede, Peter Hoogvliet, J. Henk Coert, Jan Fridén, for the European HANDGUIDE Group, Multidisciplinary Consensus Guideline for Managing Trigger Finger: Results From the European HANDGUIDE Study, Physical Therapy, Volume 94, Issue 10, 1 October 2014, Pages 1421–1433, https://doi.org/10.2522/ptj.20130135
5. Makkouk AH, Oetgen ME, Swigart CR, Dodds SD. Trigger finger: Etiology, evaluation, and treatment. Curr Rev Musculoskelet Med. 2008;1(2):92–96
6. Saldana MJ. Trigger digits: diagnosis and treatment. J Am Acad Orthop Surg. 2001 Jul-Aug;9(4):246-52. doi: 10.5435/00124635-200107000-00004. PMID: 11476534.
7. Goel, R., & Abzug, J. M. (2014). De Quervain’s Tenosynovitis: A Review of the Rehabilitative Options. HAND, 10(1), 1–5. doi:10.1007/s11552-014-9649-3
8. Fedorczyk, J. M. (2012). Tendinopathies of the Elbow, Wrist, and Hand: Histopathology and Clinical Considerations. Journal of Hand Therapy, 25(2), 191–201. doi:10.1016/j.jht.2011.12.001
9. Bernard, B. P., & Putz-Anderson, V. (1997). Musculoskeletal disorders and workplace factors; a critical review of epidemiologic evidence for work-related musculoskeletal disorders of the neck, upper extremity, and low back.

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