Fazer dos hábitos um hábito

Fazer dos hábitos um hábito

Sei que normalmente as pessoas dizem que não gostam de rotinas, no entanto hábitos e rotinas não são a mesma coisa, nem têm se ser necessariamente aborrecidos.

As rotinas são aquilo que fazemos sempre da mesma forma (por exemplo, fazer jogging sempre à mesma hora, durante os mesmos km e pelos mesmos percursos). De facto, pode tornar-se monótono com o passar do tempo, e a monotonia associada leva-nos a desistir. É isso que muitas vezes acontece quando temos de executar tarefas de forma repetitiva.

Por outro lado, os hábitos são práticas frequentes das mesmas atividades, como por exemplo, ler todos os dias, mas que não implicam necessariamente uma rotina associada, como por exemplo, ler todos os dias à mesma hora e no mesmo local.

Os hábitos normalmente são ações inconscientes que executamos de forma automatizada, sequencial e consistente, como por exemplo o método que utilizamos para fazer café ou escovar os dentes.
Na infância, a criação de hábitos é determinante no desenvolvimento psicomotor e na aquisição de comportamentos saudáveis e adaptativos, muitos dos quais estabelecem padrões de funcionamento, bem-estar e sucesso no futuro.

Através destes hábitos estabelecemos uma série de rotinas diárias que nos permitem lidar com as situações do dia a dia de forma equilibrada e saudável. Quando essas rotinas estão bem estabelecidas e balanceadas com as nossas necessidades, não é necessário gastar energia mental a planear as pequenas tarefas do dia-a-dia, por isso, ao contrário do que imaginamos a rotina não é sempre prejudicial do ponto de vista psicológico e comportamental, nem tem de ser desgastante ou aborrecida, isso só acontece quando não se enquadra com aquilo que desejamos, ou é de alguma forma imposta pelos outros.

Estabelecer rotinas que se adaptem às nossas necessidades (como por exemplo os horários de sono), contribui para hábitos de vida saudáveis, que nos dão uma sensação de Bem-Estar e controle sobre os nossos comportamentos.
A Saúde sai a ganhar com isso.

Autor
Dr. Rolando Andrade, Psicólogo Clínico (CP O.P.P 4365)

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